sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Impressões sobre Cinema: Colcha de Retalhos



Colcha de Encontros e Desencontros

Título original: (How to Make an American Quilt)
Lançamento: 1995 (EUA)
Direção: Jocelyn Moorhouse
Atores: Wynona Ryder, Anne Bancroft, Ellen Burstyn, Kate Nelligan.
Duração: 116 min
Gênero: Drama

* dados retirados do site http://www.adorocinema.com/filmes/colcha-de-retalhos/

O filme Colcha de Retalhos não é um filme muito conhecido, tão pouco sua diretora de origem australiana Jocelyn Moorhouse. Todavia é um filme de extrema beleza e repleto de representações metafóricas a respeito da condução das vidas ali apresentadas.
Finn (Wynona Ryder) é uma universitária de Berkeley que vai passar uma temporada na casa da avó (Ellen Burstyn) para finalizar a tese de mestrado e de quebra pensar na proposta de casamento de Sam (Dermot Mulroney). Lá revê uma série de pessoas que formam uma espécie de clube comandado por Anna (Maya Angelou) no qual se criam colchas de retalhos. Durante a feitura de uma colcha que lhe será presenteada, Finn ouve e revive com suas narradoras a história de amor de cada uma. Assim, temos Anna e o amor por sua filha, Marianna e o amor por um desconhecido, Glady e a traição da irmã e do marido que desencadeou a construção de uma parede repleta de cacos de bibelôs e objetos de decoração quebrados e jogados em momentos de raiva, Hy e a culpa por ter traído a irmã, Sophia e o descuido do marido por tê-la separado do seu grande hobby, o mergulho, e de todas as possibilidades que a vida poderia lhe proporcionar, Em e a dor das continuas traições do marido artista e Constance e o casamento harmonioso e seu amado cachorro. Aí temos o primeiro enlace simbólico: onde está o amor para cada uma é o tema da colcha em construção, ou seja, cada retalho é a experiência vivida por cada personagem. Todas as histórias, com exceção de Constance, cujo retalho não harmoniza com o restante do grupo, são repletas de dor e de finais não muito felizes em relação à realização do amor. Nas idas e vindas de cada história, Finn tenta organizar sua cabeça na tentativa de finalizar a tese, cujo tema já havia mudado várias vezes, bem como definir Sam em sua vida. Para complicar a já confusa Finn, surge Leon, um sedutor fazendeiro que passa a cercá-la. A união de todas as histórias, representada pela colcha, ajuda Finn aos poucos a resolver seus dilemas: casar com Sam ou viver uma aventura com Leon, finalizar sua tese ou começar outra. Toda essa dificuldade parece revelar que seu grande problema é conseguir terminar algo em sua vida, além de ter coragem de enfrentar novos desafios que vão surgindo. Da mesma forma, a união de todos os retalhos e a revisitação de todas as histórias ajudam a solucionar feridas antigas em cada uma das personagens. Enquanto isso não ocorre, uma personagem inusitada surge mudando todos os destinos e reconstruindo cada personagem: o vento. Uma enorme ventania espalha a tese de Finn e, ao tentar ajudá-la, todas as personagens enfrentam seus alinhavos mal resolvidos. O vento tira tudo do lugar. Dessa forma, o que existia não mais cabe em suas vidas. Finn daí tem que reorganizar sua tese e acha, por meio de um novo rearranjo, o caminho de seu trabalho. Por sua vez, Glady não acha mais lugar para os cacos caídos da parede, símbolos de sua raiva. Sophia, para resgatar algumas das folhas da tese de Finn, entra no laguinho que o marido lhe havia feito pouco antes de abandoná-la, Em perde a chave do carro no momento em que decide abandonar o marido. Enfim, Saturno parece representado pelo vento para precipitar as mudanças necessárias. Depois de tudo, Finn acorda envolvida em sua colcha, ou seja, em todas as histórias, e segue seu caminho mais consciente e certa do que quer. O grande mergulho de Sophia na piscina finaliza essa bela história que poderíamos associar ao aprofundamento e à coragem necessários para fazer escolhas.


Um filme regado de muito simbolismo que vale conferir: a colcha representa o amor na vida das personagens, o vento a mudança, os morangos a sedução de Leon e a água o aprofundamento. Além de cada retalho como índice de cada história relatada. Muitos outros a conferir no filme.
Poderíamos resumir o filme pela explicação de Anna sobre como fazer uma colcha de retalhos: “Para fazer uma colcha é preciso escolher as combinações com cuidado. Se escolher bem, realça a obra. Se escolher mal, as cores vão parecer mortas e esconder a beleza. Não há regras a seguir. Tem que seguir o instinto e ser corajosa”
Um filme para todos, mas com grande apelo à alma feminina.
Bem, este filme, que foi indicação de uma professora, arrebatou-me na época da faculdade e sempre que posso indico. Esse texto é um ponto de vista que pode ser enriquecido com os comentários de todos os visitantes do blog. Por favor, comentem.

#ficadica para quem não viu e para quem viu, rever!!! 

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