quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Impressões sobre Livros: A Fotografia como Arte Contemporânea


O Espaço Artístico da Fotografia

A fotografia sempre sofreu questionamentos em relação a sua capacidade de ser arte. Isso muito pelo fato do uso desta para a documentação topográfica e científica. Além da  questão da fotografia registrar um referente no mundo, ou seja, o que de fato existe ou existiu. Assim, se sua expressividade era possível diante das obras de artes advindas da pintura, desenho etc. diante destas, digamos, restrições criativas. Bem, todos esses conceitos em diversos trabalhos teóricos já são debatidos incansavelmente demonstrando o quanto a fotografia é muito mais abrangente. A fotografia, a meu ver, possui uma especificidade de outra ordem que a difere das artes tradicionais. Além disso, a fotografia é capaz de uma grande abrangência, desde as fotografias caseiras até trabalhos conceituais e criativos que a tem como principal material de base ou mesmo para alimentar e enriquecer o trabalho criativo do artista. Nunca tanto como agora, teóricos trabalham para definir a complexidade do que a fotografia tem em seu arcabouço. Um destes trabalhos é da diretora de criação do Museu da Mídia do Reino Unido, Charlotte Cotton: A Fotografia como Arte Contemporânea.
De uma forma muito leve, apresenta algumas categorias das quais acredita que se dividam os fotógrafos da atualidade, a saber:
Era uma vez: trabalho que encerra em uma única fotografia uma narrativa geralmente ligada a histórias do inconsciente coletivo, fábulas, contos de fadas ou situações que nos faz criar ou pensar em nossa própria narrativa.
Inexpressivas: fotografias que tiram toda a dramaticidade do momento ou da pessoa retratada. São frias e distantes numa tentativa de total neutralidade.
Alguma coisa e nada: uma alteração dos objetos cotidianos recriando uma nova maneira de vê-los. Recolocados, mantêm a realidade física, todavia, abrindo a possibilidade para novas visualidades.
Vida íntima: trabalha a intimidade pessoal do fotógrafo ou das pessoas em torno. Tem um tom espontâneo e confessional. Aqui entra os trabalhos fotográficos domésticos. Uma das principais artistas desta categoria é Nan Goldin.
Momentos na história: na contramão do fotojornalismo, os fotógrafos não trabalham com o momento decisivo, mas com o momento posterior a este. No que sobra ou no que advém do momento de impacto do acontecimento.
Revivido e refeito: a fotografia que recria espaços e momentos já realizados ou trabalhos já consagrados. Uma nova perspectiva para questões culturais. Cindy Sherman e Vik Muniz são mencionados aqui.
Físico e material: a fotografia vista pela sua materialidade, ou seja, sua matéria prima. Pensamentos acerca da película fotográfica e o digital.
Todo esse levantamento é tem como base o capítulo intitulado Se isto é arte, além de uma Introdução que abre todo esse trabalho. Aqui vem toda a contextualização que deu ensejo para o que fotografia é hoje.
Este é uma obra que não trata em profundidade cada fotógrafo, mas proporciona um ótimo material introdutório para cada um deles e um panorama claro e objetivo da fotografia contemporânea.
#ficadica...

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