Quando
adentrei o espaço da fotografia como fotógrafa, passei a buscar enquadramentos
baseados em alguma estética, a minha estética ou algo que traduzisse o que
sentia e que fosse reconhecido como sendo parte de mim. Bem, esse caminho é infinito,
pois sempre estamos em busca de algo e nunca nos satisfazemos, ainda bem... Na
verdade, parece que de alguma forma buscamos a nós mesmos, ou seja, uma estética
da e na vida. Assim, é um trabalho para vida toda e que talvez eu acabe fazendo
uso de outros mecanismos que não os fotográficos para realizar esse intento.
De
qualquer forma, já não tenho um olhar amador para a fotografia e, por isso, as narrativas
fotográficas mudaram de caráter para mim mostrando uma evolução do olhar.
Mas é super legal quando encontramos algumas pessoas que não são do meio, no
sentido de não estarem envolvidos com a produção fotográfica, e dedicam-se em analisar e, assim, a dar uma
visão diferente da fotografia. É o caso de Geoff Dyer, um escritor britânico, em seu O Instante Contínuo.
Esse
livro parte da idéia de que certos temas são recorrentes e comuns a vários
fotógrafos. Geoff aborda temas como, p.ex., cegos, mãos, bancos, estradas,
janelas, morte etc. e, para isso, segue contando vários causos sobre a vida de
alguns dos fotógrafos aqui mencionados. É o caso da ligação entre Paul Strand,
Alfred Stieglitz e Georgia O’Keeffe o qual me chamou a atenção no percurso da
leitura.
O
título tem como contraponto o instante decisivo de Bresson que se tornou guia
mestre do fotojornalismo no séc. XX e que consiste em captar em um momento fugidio
todo o resumo do acontecimento. Uma narrativa gostosa de seguir, leve em que os
assuntos vão se imbricando e, ao mesmo tempo, cheia de insights interessantes. A capa já resume o seu conteúdo ao
contrapor três fotos de estrada de autores diferentes, de visões diferentes.
Vale
a pena dar uma olhadinha nesse trabalho!
#ficadica
Que livro interessante!!! Comprei...rs não aguentei de curiosidade!! Obrigadão pela dica bjs Rodanthi
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